Interferências nas ciclovias atrapalham ciclistas

A partir de 2014, durante o mandato do ex-prefeito Fernando Haddad, houve uma grande expansão de ciclovias em São Paulo, passando de 65 quilômetros para os atuais 468 quilômetros. Porém, a medida é controversa e divide a população entre críticos e apoiadores.

Os críticos alegam que as ciclovias são subutilizadas para o custo do projeto, em torno de 80 milhões de reais, que deixam de serem investidos em outras áreas para beneficiar uma minoria da população, os ciclistas. Além do custo financeiro, também dizem que estão ocupando um espaço que poderia ser utilizado para o fluxo de automóveis ou como estacionamento, mas frequentemente estão vazias, comprometendo ainda mais o trânsito paulistano.

Já os apoiadores assumem que algumas das ciclovias têm falhas de projeto, no entanto defendem que são falhas pontuais e que devem ser corrigidas sem por em xeque o projeto como um todo. Defendem que mesmo com buracos e desnivelamentos em alguns pontos, o uso das ciclovias é mais seguro que transitar entre os carros, ônibus e caminhões.

A administração do atual prefeito da cidade, João Dória, pretende promover mudanças em algumas das ciclovias visando tornar mais eficiente a utilização do espaço viário e melhorar a convivência entre ciclistas e motoristas, substituindo certas ciclovias por ciclorrotas em vias alternativas, onde o tráfego não seja tão intenso como nas grandes avenidas.

Além de terem que enfrentar buracos, desníveis, motoristas imprudentes, os ciclistas também precisam conviver com outras interferências que atrapalham a utilização da infraestrutura cicloviária, como carroças de lixo, vendedores ambulantes, pedestres e até mesmo cavalos, e seus dejetos, o que dificulta ainda mais se deslocar em São Paulo utilizando a bicicleta como meio.

Os avanços na infraestrutura cicloviária ocorridos nos últimos anos são inegáveis, com o projeto de expansão das ciclovias são criadas novas possibilidades de locomoção na metrópole, porém uma ciclovia deve ser mais do que apenas chão pintado de vermelho, e não pode causar mais transtornos do que benefícios. Por outro lado, a população também deve estar ciente que ciclovias são voltadas ao trânsito de bicicletas, não sendo pistas de caminhada ou estacionamento. Para construir um trânsito mais seguro e democrático, não basta apenas exigir medidas do poder público, também é necessário haver respeito mútuo e o cumprimento das regras.